No final do mês de junho, concluímos a primeira edição do curso “Sistema Criminal e Justiça Restaurativa : tensões criativas”. Foram cinco encontros matinais nos quais estiveram presentes 23 pessoas que atuam em diferentes áreas do conhecimento como psicologia, assistência social, jornalismo, engenharia, comunicação, educação, ainda que com a predominância de operador@s do Direito.
“Essa diversidade que tivemos de profissionais nos proporcionou um espaço muito profícuo para a construção de possibilidades diante do desafio de se buscar por canais de diálogo entre o Sistema de Justiça Criminal e a visão de mundo da Justiça Restaurativa”, contou Luís Bravo, advogado e um dos facilitadores do curso.
Esse convite para se olhar e trabalhar com o conflito interdisciplinarmente, da maneira com que o CDHEP entende e vive Justiça Restaurativa, estimulou um ambiente de curiosidade e de criatividade para além de discursos dualistas, facilmente reproduzidos diante dessa tensão.
Seria demais pensar os potenciais da estrutura e da humanidade presentes no sistema vigente como oport
unidades para se cuidar dos dramas humanos de maneira restaurativa? Como perceber o repertório da Justiça Restaurativa como harmônico à finalidade última do Direito, o bem de todas as pessoas, indiferentemente?
“No lugar de uma automatizada, e suposta, obrigatoriedade punitiva, diante da ocorrência de um episódio rotulado juridicamente como crime, podemos pensar em uma responsabilidade coletiva por restauração humana, individual e social. Interpretação essa que, pelo refletido e construído conjuntamente ao longo do curso, pode ser posta como perfeitamente compatível com o sentido democrático social da Constituição Federal de 1988”, completa Luís.
Em contribuição a esse importante, e tão necessário, esforço esperamos realizar nova edição do curso em breve.
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